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sábado, 22 de março de 2014

Ultima semana da vida de Ralf Toratto .

                                                                 
 Domingo
   Ronda matinal na floresta aos pés do monte Fuji, de longe o guarda avista sapatos marrons em movimento, ao se aproximar um homem de meia idade dependurado em uma arvore balançava, em busca por objetos pessoais, achou em seu bolso esquerdo um nome em sua carteira: Ralf Toratto, naturalmente brasileiro.    Brasileiro? mas porque diabos esse homem veio ate aqui para tirar sua vida? pensa o guarda florestal enquanto corta a corda do pescoço de Ralf o deixando cair sobre os sapatos

  Segunda feira
    Tédio total nesse apartamento a vida está cada dia mais dura, o frio começou esse final de semana e me sinto confortável sobre as cobertas, um documentario me chama atenção na televisão, era um belo lugar arvores verdes silencio algumas fitas coloridas tudo parecia em paz naquele lugar, algo me chamava para lá, mas ainda não sabia oque poderia ser, adormeci.  Segunda feira, ressaca, trabalho insuportavel resolvo não aparecer, durmo ate duas horas da tarde, me levanto ainda meio grog, calço meus sapatos. A rua esta congelando tudo parece desbotado fico enjoado  mas preciso ir ao banco, chega minha vez de ser atendido a mulher me pergunta se esta tudo bem comigo, acho que sim respondo mas porque a pergunta minha senhora, bem o senhor não me parece muito bem está muito pálido e mal vestido, pois bem minha senhora a vida não tem sido muito legal comigo, mas por hora preciso checar minhas economias.De volta a meu apartamento munido de cerveja e um papel que dizia que possuía 23 mil em minha conta pessoal, tento negativamente escrever um poema e nada, me resta beber aquelas cervejas ruins e assistir um pouco de televisão, outra vez aquele documentario vinte e poucos minutos sem piscar, algo me chamava e chamava rápido, a cerveja tinha acabado.

  Terça feira
     Toca o despertador 6:45, visto meu uniforme, cafe frio manha gelada meu coração resolve abandonar meu corpo. Chegando a empresa trinta minutos de trabalho e algo em minha cabeça dizia coisas estranhas, hora do almoço decido tomar wiskey com faixa preta tudo estava ótimo agora.
    De volta a empresa agora com a cabeça no lugar, decido largar meu emprego, sem dizer nada a meus chefes fui para casa, mais um wiskey faixa preta e estou de volta a minha paz,toca a campainha era minha amiga linda alta morena tudo oque sempre sonhei, e sonhava com ela todo dia pois há amava em segredo, sim eu era um covarde.
      Bebemos um pouco algumas risadas forçadas de minha parte, ela resolve passar a noite, pedimos comida indiana e assistimos um filme, era  um belo filme um homem que abandona tudo e sai viajando pela América, ela dormiu em meus braços, sonhei com ela outra vez

 Quarta feira
     Toca o despertador 6:45, ela ainda dormia em meus braços, mas agora eu já não tinha para onde ir a não ser para dentro de min mesmo, acordei minha então amiga e ela partiu, me deixando apenas com um beijo no rosto e uma ereção. Hoje é o dia de escrever meu artigo para a revista CaseTwoHands, outra vez nenhuma ideia, resolvo escrever rapidamente...
        ‘ Caros editores da revista CaseTwoHands, venho por meio desta carta dizer lhes que não mais possuo vontade de escrever para sua maldita revista sensacionalista, por meio dessa gostarias de pedir aos senhores meus últimos pagamentos que ainda não recebi, e lhes dizer que os senhores mesmo não os conhecendo pessoalmente devem cheirar a merda cubana e fumaça de charutos baratos, obrigado por publicarem minha merda pessoal em sua revista Adeus. ´
      Da janela de meu apartamento as pessoas na rua parecem tão engajadas nesse mundo, tão acostumadas a serem roubadas e estrupadas ao vivo todos os dias, e eu sinto que não vou conseguir chegar ate o correio a tempo de enviar minha carta.
       Finalmente enviei minha carta agora compro cerveja, wiskey, e uns faixas pretas ate consegui sorrir, de volta a meu apartamento, deito em minha cama abro minha cerveja e ligo a televisão, sem surpresa dessa vez la está ele, aquele maldito documentario outra vez.                                                                                                        
  Quinta feira
       Sai tomar café da manha e comprei um bilhete de loteria que concorria a uma viajem para qualquer lugar do mundo, seria ate engraçado eu acreditar numa porcaria dessas, meu numero era o 97.
        Bingo a sorte resolveu bater a minha porta, ganhei aquele sorteio imbecil, mas não apareci no dia marcado, algumas horas depois me ligaram dizendo entregar minha passagem areá para onde eu quiser dentro de algumas horas em minha casa, apenas precisavam saber para onde eu gostaria de ire meu endereço, falei a primeira coisa que apareceu em minha mente Japão, estranhamente pensei em televisão.
    Horas depois toca o campainha e não é que era verdade, eu era o felizardo ganhador de uma viajem ao japão, é a sorte as vezes é meio maluca. Arrumei minhas malas e limpei a casa para quando eu retornasse. Acho que a vida tinha começado a ser gentil comigo enfim.

  Sexta feira
       Embarquei no avião rumo ao Japão é bem verdade eu estava sorrindo, no avião tudo parecia limpo e organizado, me senti ao lado de uma mulher de meia idade ruiva muito bonita, conversamos a viajem toda ela era muito especial, me presenteou com um livro todo escrito em japonês, na capa aparecia um monte e á seus pés uma floresta cheia de fitas coloridas, estranhamente parecida com a floresta daquele documentario.
         Chegamos por volta das 12 horas locais, agora ela tinha se oferecido para ser minha guia, tudo oque tinha que fazer era ser seu homem, enfim as coisas iam bem, arrumas um quarto tomamos um banho seu corpo era divino muito durinho para sua idade, eu estava no céu enquanto ensaboava sua bela bunda cheia de sardas.
    O jantar chegou aquelas coisas todas de japonês, comemos bebemos saque muito bom por sinal então pedi seu nome. Ela se chamava Jessie Turner e dizia amar meu jeito de brincar com seus seios, bebemos mais um pouco ela adormeceu amanha teríamos um longo dia de caminhada e compras. Eu tinha tudo uma mulher, dinheiro, não tinha emprego nem patrão e estava em um belo pais. Bebi mais um poco e adormeci segurando um mecha de seu cabelo.  

 Sábado
    Fuso horário dos diabos, acordei com uma bela ressaca e com Jessie arrancando meu pijama, tivemos uma bela tranza pela manha, enquanto eu via pela janela as pessoas indo viver suas vidas. Fomos passear e comprar algumas coisas, sou fascinado por coisas obscuras, então achei o guia do suicídio um belo livro que demonstra muitas maneiras de alguem tirar sua vida. Passeamos bastante comprei uns sapatos marrons muito bonitos e umas calças jeans baratas mas muito comfortaveis.
     Jantas alguma coisa que parecia uma sopa muito pegajosa mas ate que era apetitosa, voltamos a nossa quarto e mais uma bela tranza. Adormeci com ela beijando abaixo de meu umbigo.

 Domingo
     Acordei muito bem, leve, calmo, em paz, ate notar que estava nu sem documentos, sem dinheiro sem nada oque notei foi apenas um saco preto a meu lado, eu estava no meio de uma rua deserta não sabia como tinha chegado ali. Abri o saco e la estava meu livro sobre suicídio meus sapatos marrons e minha calça jeans, os vesti rapidamente.       Sem saber muito bem oque acontecia perambulei pelas ruas sem falar nada da linguá local nem nada e sem nenhum tostão, voltei ao hotel e me falaram que havíamos fechado a conta ontem pela noite, que estranho nada fazia sentido. Caminhei pelas ruas em busca de sei la oque, vi algumas tvs ligadas em lojas transmitindo aquele documentario outra vez, mas que diabos pensei oque esta acontecendo, como vou para casa, aonde estou?
       Enquanto caminhava vi algumas pessoas entrando em uma floresta, quando voltavam estavam felizes elas brilhavam como jóias pareciam puras pareciam anjos, resolvi seguias. um homem muito parecido comigo, com as mesmas roupas e sapatos era um tipo clone meu japonês, assim que ele me avistou parou atrás de uma pedra hesitei em olhas la, quando fui ver ela não estava la, nada nem sinal, mas que droga devo estar louco Jessie deve ter me drogado ou coisa assim.
     Sentei sobre uma pedra e comecei a refletir pensar em minha vida em tudo oque não veria mais pois não tinha como voltar para casa, eu agora era um sente to no japão. Olhei para o chão e vi um nome escrito num papel Ralf Toratto, mas que diabos meu nome faz aqui, estou louco, totalmente maluco só pode, retirei o papel da garrafa e comecei a ler....

‘ Há meus amigos e família, gostaria de ser breve em meu relato, tudo oque possuo se encontra em meu apartamento oque de fato não é muita coisa, peço que fiquem com tudo e façam oque quiserem, saibam que amei vocês por todo minha breve vida e que sempre amarei, talvez nunca mais nos vejamos mas quero que saibam que estarei a seu lado todo dia, não sei para onde vou apenas estou partindo.
   Deixo para trás uma vida que nada mais foi que desperdiçada em trabalhos inúteis e degradantes, deixou para trás o amor que nunca recebi de uma mulher a não ser de minha mãe, deixo para trás minha vida que nada mais foi que uma vida inútil, Mãe se eu me tornar um anjo e você sentir seus cabelos mexerem a noite serei eu penteando seus belos cabelos vermelhos, agora vou me ajuntar a tantos outros antes de min. Adeus a todos nos veremos em breve. Ralf Toratto.´
 Sim era minha carta de suicídio eu estava agora pendurado pelo pescoço em uma arvore da floresta do suicídio, aos pés do monte Fuji, meus sapatos marrons balançavam eu estava morto. Me dei conta disso depois que estava já fora de meu corpo ao lado do guardo enquanto ele cortava a corda e meu corpo caia sobre os pés. Não me tornei anjo nem fui para o paraíso, continuo preso nessa floresta repetindo tudo oque relatei aqui ano apos ano ate sabe Deus quando. Esse é meu castigo essa é minha verdade.

terça-feira, 18 de março de 2014

Memórias de José Maria De Alencar Campos

                                                           4
                                                   Caminhada

Caminhei caminhei caminhei, como tantos antes de min fizeram, do mesmo jeito que meus pais fizeram, de barriga fazia e esperança cheia, caminho de pés descalços com os olhos amargos, caminho porque ´só oque tenho a fazer.
Vejo sorrisos, ternos, namorados, restaurantes, multidão, vejo que ando sozinho que não pago imposto nem voto em ladrão, quem é mais livre que eu? que sem um tostão no bolso posso ir a qualquer lugar a hora que quiser sem justificar minha saída ou manobrar um geringonça  mal feita.
Quem sou eu nesse mundo largado de lado? quem sou eu?

sábado, 8 de março de 2014

Memórias de José Maria De Alencar Campos

                                                                2
                                                       .Nascimento.

Nasci, José Maria De Alencar Campos, fraco, magrelo, olhos muito grandes, barriga vazia.
Meu pai era seu Antônio e minha mãe dona Maria, tios não tive, parentes não conheci. Quando menino, sonhava debrasado sobre a janela de barro do nosso casebre, foi seu Antônio que fez.
Brinquedos nunca conheci, comessei meu trabalho aos oito anos de idade, não sei oque significa infância. Fiquei dois anos na escola pois minha família precisava de pão não de educação, a roça foi meu diploma.
Com doze anos conheci o álcool, ele tornava meus dias mais suportáveis, em casa não tínhamos muito ou melhor nada, algumas camas de palha um velho fogão de barro uma mesa e algumas poucas cadeiras.
A água era  barrenta, o ar era seco, a vida era magra. em meu aniversário de treze anos ganhei uma bola surrada de couro, felicidade, quase pude sorrir nesse dia.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Memórias de José Maria De Alencar Campos


                                                           1

Zé Maria carregava o peso do mundo em seus ombros, absolvido dos crimes que a muito tempo havia cometido, agora caminhava lenta e agonizantemente, sobre o cascalho recém molhado espalhou seus pertences,não tinha muitas coisas penas roupas velhas e cadernos manchados, se sentou perto de um arbusto, recostando a cabeça na velha mochila militar, observou as estrelas por um momento, logo após adormeceu.
Ao amanhecer sem ter para onde ir nem oque comer, retomou sua caminhada solitária em direção ao sul.
Não arrumava carona fácil, sua aparência causava arrepios nas demais pessoas mas Zé Maria sabia oque era e quem deveria procurar.
Chegando em um velho posto de gasolina sentou e pediu um café,
tirou do bolso alguns trocados uma caneta e uns papeis amasados, ali no meio do nada começou a anotar suas memórias......